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terça-feira, 29 de abril de 2008

Como lidar com chefes novos?

Max Gehringer escreve, todas as semanas, uma coluna para a Revista Época intitulada "Nossa Carreira" (veja imagem abaixo). De vez em quando aparece um assunto com abordagem nova- como este que destaquei - e trago para o conhecimento dos leitores do blog. Pode até parecer redundância estar, aqui, reproduzindo páginas de revistas ou artigos de jornais, mas considero que é um número muito pequeno de pessoas que têm acesso a essa informação. Seja porque não compra a revista ou jornal, ou não os assina e muitas vezes não teve tempo de ler e sequer folhear.
Como sou um admirador do Max Gehringer (porque o cara realmente entende do riscado) procuro não deixar passar nada dele, sem criar um post para dividir os ensinamentos deste grande mestre.
O assunto que ele nos traz, dividido em quatro perguntas e respostas versa sobre as relações dos empregados com suas chefias. Tem coisas muito interessantes. Confira.
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PALAVRA DA SEMANA: MANCADA.
"Em latim, mancus era quem não tinha a mão (manus), sentido conservado no idioma castelhano. Em português, por motivos obscuros, virou sinônimo de deficiência no pé ou na perna. Com o tempo, o sentide original se transformou em "falta): Por isso, "dar uma mancadà) é faltar com uma obrigação) deixar de cumprir uma promessa, ou meter os pés pelas mãos."
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Como lidar com chefes novos?
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* "Novos gestores foram contratados pela empresa em que trabalho. A palavra utilizada pela direção foi "oxigenação". Esses gestores já entraram criticando tudo o que era feito, e só falam em mudanças, sem perguntar se temos sugestões ou opiniões. Como convencê-Ios de que somos mais qualificados do que eles pensam?" - Sandra
"Em primeiro lugar, Sandra, respire fundo. Tanto para se oxigenar quanto para não tomar atitudes impulsivas. Nesse período de confrontação inicial de pontos de vista, o mais importante será você conseguir a confiança dos novos gestores. Isso levará entre três e seis meses. A partir daí, as opiniões daqueles que aderiram à nova gestão passarão a ser ouvidas. É claro que nem tudo o que vinha sendo feito antes estava errado, mas propostas novas também podem ser salutares. Portanto, temporariamente, exercite sua paciência."

* "Fiqúei 17 anos numa empresa que quebrou há quatro meses. Apesar dos sinais em contrário, a direção afirmava que tudo estava sob controle, e nós acreditamos. Estou, além de deprimido, me sentindo meio burro por não ter percebido as coisas com clareza." - Luiz R.
"Não há nada que você possa fazer para ressuscitar sua ex-empresa, mas sua situação pode servir de alerta. Quando uma empresa começa a perder mercado, conceder grandes descontos para conseguir vender produtos ou serviços, atrasar pagamentos e deixar de recolher impostos, não há dúvidas de que ela está pendurada pela falangeta na borda do abismo. Porém, há empresas que, por otimismo ou leviandade, insistem que tudo isso é apenas uma situação passageira. Uma sugestão é sempre verificar, por meio da Caixa Econômica Federal, se os depósitos do FGTS estão sendo regularmente feitos. Quando a empresa deixa de fazer o recolhimento, é porque o fim está próximo."

* "Uma empresa pode eliminar um candidato a emprego porque ele tem o nome sujo na Serasa ou no SPC?" - Leonel .
"Não. A Lei nQ 9.029 proíbe a discriminação, no acesso a empregos, pela situação familiar (o que inclui a situação financeira). A Convenção n2 111 da OIT, da qual o Brasil é signatário, também impede essa prática discriminatória. A Serasa e o SPC são órgãos criados para auxiliar instituições financeiras na concessão de empréstimos, e não para barrar candidatos a emprego. O problema é que empresas que usam o cadastro para eliminar candidatos jamais dizem abertamente que esse foi o motivo da rejeição, impedindo que os prejudicados possam mover processos por discriminação."

* "Sou gerente de vendas, e meu diretor insiste que devo dar expediente das 7 às 20 horas, como bom exemplo para meus subordinados. Isso tem respaldo legal?" - Roberto
"Não. Se você não está sujeito a qualquer controle de presença ou de horário, a empresa entende que você ocupa um cargo de confiança. Por um lado, você não recebe horas extras. Por outro lado, a empresa não pode fixar sua jornada, determinando horários de entrada e saída. Um dos fatores que caracterizam um cargo de confiança é o amplo poder de decisão. Se você não pode decidir o próprio horário, seu diretor está interpretando a lei de modo unilateral."

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