Marta "relaxou" no vôo 455 para Paris
"Não foi exatamente tranqüilo o início do vôo 455 da Air France que na terça-feira passada decolou de São Paulo para Paris. A responsável pela trepidação foi Marta Suplicy, que ia para a China, com escala em Paris. Ao embarcar, o casal Marta e Luis Favre relaxou e decidiu não passar pela revista de bagagem de mão feita por raios X. Os Favre furaram a fila da Polícia Federal (grifo do blog).
Vários passageiros se revoltaram. Marta respondeu que, "no Brasil, para as autoridades não valem as exigências que recaem sobre os brasileiros comuns." (grifo do blog).
Os passageiros não relaxaram com a explicação. Continuaram a reclamar, mesmo com todos já embarcados. Deu-se, então, o inusitado: o comandante do Boeing 777 saiu do avião, chamou a segurança e disse que não decolaria até que todos os passageiros passassem suas bagagens de mão pelo raio X. Marta Suplicy deixou seu assento na primeira classe (Favre estava na executiva) e dignou-se fazer o que o comandante pediu. Nesse instante, os passageiros "relaxaram e gozaram".
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.A notícia saiu na Revista Veja desta semana, na seção Radar do jornalista Lauro Jardim. Ela me dá a oportunidade de abordar um dos meus temas favoritos: a arrogância ostensiva de quem exerce o poder. É assustador, pela recorrência e ao mesmo tempo inacreditável - pela inteligência e nível de cultura pessoal dos arrogantes - que esta... atitude (creio que o adjetivo é até pouco expressivo) esteja presente em 90% das personalidades que exercem o poder na Administração Pública (federal e estadual, principalmente). Conheci e interagi com poucos, muito poucos, dirigentes nestas duas esferas de poder que não estivessem, uns mais outros menos, "possuídos" pelo vírus da arrôgância e do pedantismo. Os níveis de contaminação variam de acordo com os status dos "possuídos".
No caso da Ministra Marta Suplicy, são bastante conhecidos seus bizarros surtos de jactância, como este que está na notícia da Veja.
Outro fato interessante e pertubardor - vide estudos e exemplo conhecidos sobre isso - é que a arrogância esta lado a lado com muitos cases de sucesso, sejam políticos, sejam empresariais ou artístico-culturais.
Confesso que eu mesmo já fui "vitimado pelo vírus" em um determinado momento da minha carreira. E olha que minha função era de terceiro escalão. Aprendi muito com isso, mas só depois que tomei consciência e paguei um preço alto, quando estive fora do exercício do poder. Voltei depois, vacinado, e a história foi outra, completamente diferente. Contarei este case oportunamente. A arrogância é irmã da vaidade, sombra do sucesso e algoz das relações entre as pessoas. Deve ser combatida, ferozmente, pelos que desejam fazer carreira como executivos. E combatida quer dizer, ter consciência do vírus quando presente e se utilizar do único antídoto eficaz para ela, a humildade. Ah! Como é difícil para os poderosos praticar a humildade. Não conheço a história de nenhum ex-poderoso, arrogante, que tenha mantido e cultivado amigos de verdade. Deixo para os visitantes do blog, em todos os níveis, do presidente ao gerente, do chefe ao especialista e da família para seus empregados domésticos, a mensagem de não dar espaço para a arrogância.
Ela é como o ferrugem. Quando alguém se julga poderoso ela se instala, vagarosamente, mas em permanente progresso; causa danos irreversíveis, torna a superfície feia e cascuda e o desfecho será sempre a corrosão até a degeneração final.
Leia textos sobre arrogância nos links abaixo:
É lindo ver alguém escrever sobre o tema!especialmente quando esse alguém diz:"eu me confesso" e por isso fala com conhecimento de causa. Que o universo nos dê a coragem suficiente para poder usar da humildade. São tantos a "remar contra a maré" que por vezes não é fácil.
ResponderExcluirParabéns pelo conteúdo e pela oprotunidade do artigo!