São ótimas entrevistas, cheias de informação e de orientações, sempre práticas, sobre os mais diversos assuntos do mundo da administração.
Nesta oportunidade o jornalista Heródoto Barbeiro conversou (18 minutos) com o consultor José Luiz Cunha, Diretor da OZ Sistemas de Organização e responsável pelo site www.organizesuavida.
O tema da entrevista é o Gerenciamento do Tempo. Nem é necessário comentar sobre a importância do tema. Administrar com eficácia o tempo de cada dia, cada semana e cada mês está entre as principais habilidades de um gerente de sucesso. Pelo menos não conheci nenhum - bom de verdade - que fosse desorganizado com seu tempo. Ouçam a entrevista e aproveitem. É uma ótima lição@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@2
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O problema de organizar a vida está justamente em dar ao tempo as medidas que foram criadas para regular, controlar e orientar as pessoas. O problema está no conceito "relógio"! Seja em relação aos papéis naturais ou aos papéis artificiais, medir o tempo e tentar executar as coisas da vida em função das horas pré-definidas, acaba amarrando, travando o processo criativo e, com isto, atrasando o desenvolvimento da humanidade. Rotinas e burocracia combinam com relógio, relógio combina com ponto, com agenda, com "acertar os ponteiros". Ser sempre igual é a mesma coisa que organizar a vida, e organizar a vida é a mesma coisa que repetir sempre da mesma forma de ser; coisa incompatível com o mundo que estamos vivendo, com escritórios virtuais, tecnologias de ponta para atividades virtuais etc. Comenta-se que um dos fatores de sucesso do Bill Gates é ter montado uma corporação onde o comportamento das pessoas não é padronizado, quando o desafio é criar novos produtos no tempo certo. Tempo certo? Sim, no sentido de momento, instante ou ocasião certa. Lá, entre eles que trabalham na Microsoft, as 24 horas do dia são iguais para fins de produtividade. Tanto faz ser noite ou ser dia, o negócio é solucionar problemas, isto é, oferecer soluções antes que os problemas se evidenciem. Não importa a que horas o serviço foi feito, tampouco importa quantas horas alguém gastou para fazer o serviço. Importa sim que o serviço tenha sido bem feito, para ser tempestivamente agregado ao produto final, que será então lançado na melhor oportunidade de mercado. O mundo necessita de pessoas com capacidade de criar e não de gerentes para medir o tempo que os outros gastam nas tarefas cotidianas, segundo padrões de organização por eles ditados. Estamos retornando ao mais primitivo modo de usar o tempo: fazer o que deve ser feito, sempre, segundo a essencialidade. As primeiras corporações que iniciaram o engessamento do tempo das pessoas, visando controlá-las, eram religiosas. Durante muitos séculos, o tempo era regulado pelo badalar dos sinos das igrejas. Com o advento do mecanismo do relógio, não havia uma só torre de igreja que não ostentasse um belo par de ponteiros que faziam com que o carrilhão tocasse na hora certa(?). Nos estados laicos, logo as corporações descobriram o poder de controlar o tempo dos outros. Apitos de indústrias substituíram as badaladas da igreja, e pomposos relógios eram colocados nos pórticos das fábricas. Finalmente, sem ter para onde correr, qual mansos carneirinhos, nos submetemos todos aos sistemas de ponto, agenda etc.
ResponderExcluirMas o mundo não havia mudado por tal razão. Continuou o mesmo. As sementes lançadas ao solo germinam conforme a natureza determina e não conforme o relógio do fazendeiro. Para criar é necessário viver o tempo como ele é, infinito, inelástico, insubstituível, sempre presente. Bobos somos nós que ficamos tentando desenvolver técnicas e métodos de uso produtivo do tempo, seguindo princípios do conceito ultrapassado do "relógio".
Um sábio provérbio encontrado em antigos papiros ensina que devemos viver o momento presente, com foco na essencialidade das coisas. Só assim teremos um passado que nos dará orgulho de lembrar; e o futuro será sempre um amanhã de boas colheitas.
Portanto: Chô! Chôooo cambada! Fora controladores e organizadores de tempo!