Vejo com satisfação a manchete principal do caderno Cidades do Correio Braziliense de ontem (08/02/2008) anunciar que o Governador do Distrito Federal não aceitou as explicações dos responsáveis pelo triste episódio do confronto (que confronto?) entre o BOPE - Batalhão de Operações Especiais da PM/DF e os "terroristas carnavalescos" do Bloco Galinho de Brasília.
O governador agiu como devia. Exigiu explicacões dos responsáveis e não aceitou as esfarrapadas justificativas de sempre. Quer saber quem chamou o BOPE e porque o excesso de violência.
Já se sabe que quem chamou a polícia foi o administrador do Plano Piloto. Ele negou em entrevista, mas um oficial da PM já disse que foi ele. Vale uma ilação que não estará longe da realidade.
"Sendo morador da quadra, onde tradicionalmente se concentra o bloco Galinho de Brasília, e "autoridade máxima" presente no local, o administrador recebeu pressão dos seus vizinhos para "acabar com o barulho e os bêbados". Tomado por aquela "fúria divina" de quem precisa" mostrar a autoridade e o "prestígio do seu cargo, chamou a polícia. Rendeu-se aos "encantos dos podres poderes" (veja o post que o blog já publicou: Cuidado com o "Poder do Porteiro"). Resultado? Ocorreu um tumulto descabido, originado pela ação dos políciais militares que, não souberam avaliar a situação e infelizmente, não conseguem manter os cassetetes nos cintos quando se sentem "provocados" (eu disse provocados, não ameaçados) por cidadãos civis desarmados."
Quem errou? Essa é a pergunta do Governador. Todos os envolvidos ja sabem a resposta. O primeiro foi o administrador do Plano Piloto. Chamou a polícia e avaliou mal a situação. Ser morador do local e - pelo que está no noticiário - antigo "desafeto" do bloco carnavalesco deve ter influenciado seu julgamento, claramento emocional. O segundo erro foi cometido por quem mandou, desnecessariamente, o BOPE. Não era, definitivamente, um evento para envolver a tropa de elite da PM. E por fim quem comandou o efetivo policial no local, que não soube conter seu grupo ao enfrentar uma situação em que a violência foi exagerada para as circunstâncias. Os militares já foram preventiva e corretamente afastados por ordem do Governador. Não acredito que o administrador de Brasília sobreviva, politicamente, ao episódio. Depois de tudo que houve deverá ser exonerado.Não tem mais a "chave da governança" e deverá perder o cargo pelo seu próprio despreparo para exercê-lo.
Como tenho dito repetidamente, aqui na Oficina, gerenciar, dirigir e chefiar não é só sentar atrás da mesa e distribuir as ordens. É muito mais. Quem não tem competência, experiência e "bagagem" gerencial não sabe agir nas crises e não resiste às pressões inesperadas como esta que aconteceu no carnaval. Foi o caso do administrador em foco.
Este é um episódio recorrente na Administração Pública onde funções gerenciais importantes são entregues, por acordos político-partidários a pessoas que, muitas vezes são competentes no desempenho político e dentro dos partido, mas nunca passaram pelo "corredor polonês" que é enfrentar uma chefia ou uma gerência importantes.
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* Vamos acompanhar este "case". Já está colocado na "bancada de serviço" da Oficina de Gerência. Veja no link a seguir as notícias sobre o tumulto: Tumulto na festa de carnaval do 'Galinho de Brasília' . Abaixo o vídeo, capturado da Globo Vídeos, com a reportagem.
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* Esta ideia da "nota de rodapé" eu copiei do blog da Débora Martins
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