Interessante reportagem publicou o Correio Braziliense no último sábado (16/2). Fez um levantamento sobre quais e quantas vezes o Presidente Lula recebeu seus ministros nos últimos 12 meses (não confirmei o período). Foram 352 audiências, e 39 ministros (na verdade existem 37 ministérios, secretarias especiais e outras estruturas dirigidas por ministros). Alguns foram recebidos apenas uma vez pelo Presidente. A recordista, naturalmente, é a Ministra-Chefe da Casa Civil (58 vezes), seguida do Ministro da Fazenda com 44 audiências. Os ministros da Pesca, Igualdade Racial, Esportes e da Cultura só tiveram uma única audiência com o Presidente. Ministérios importantes como Indústria e Comércio, Integração Nacional e Transportes só tiveram duas audências.
Pelo quadro dá para perceber quais, efetivamente, são os focos de maior atenção do Presidente Lula e consequentemente desenhar, mesmo que de forma rústica, o perfil executivo e os interesses mais próximos do primeiro executivo do país e quais são suas prioridades como CEO da "Empresa Brasil".
Só para ilustrar, porque o objetivo do comentário é outro, faria algumas rápidas extrações da agenda presidencial. A Casa Civil ocupou 16,5 % das 352 audiências. Os chamados "ministros da casa" (Comunicação Social, Secretaria Geral, Relações Institucionais e Casa Civil) tomaram 40,3 % do tempo das audiências presidenciais. Os ministros da área econômica (Fazenda, Planejamento e Banco Central) ficaram com a fatia de 18%.
O objetivo aqui é registrar - sem qualquer análise política e nessa agenda cabem muitas - a importância e o poder de quem está localizado na sala vizinha ao executivo número um da corporação. Não é à tôa que, nas grandes empresas - governo ou iniciativa privada - normalmente os dirigentes mais poderosos e de maior "status" tem seus gabinetes nas vizinhanças da "torre central".
É assim que funciona, faz parte da natureza humana receber influências de quem está mais próximo e vice-versa. Já vi acontecer algumas vezes e ja ocorreu comigo. Por isso afirmo, convictamente que essa é uma verdade, não escrita nos manuais de gerência e administração, que preside todo o "jogo do poder" disputados pelos "players" da estrutura gerencial do país.
Não é para esquecer: "O poder é como uma energia radioativa. Quem está mais próximo da fonte procura e recebe as radiações mais poderosas e as retransmite no mesmo padrão. Quem está distante, às vezes sequer chega a ser "contaminado".
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